5 razões para fazer um fundo de emergência O principal propósito de um fundo de emergência é acautelar imprevistos financeiros: uma eventual situação de desemprego ou de redução de rendimentos, um problema de saúde, uma reparação mais dispendiosa do automóvel, por exemplo. O que faria se tivesse uma avaria no automóvel e chegasse uma fatura de 700 ou 800 euros para pagar este mês? Teria essa disponibilidade financeira ou teria de pedir um empréstimo? O que é um fundo de emergência e quanto dinheiro deve ter? Num contexto de incerteza económica, reforçar hábitos de poupança é mais do que nunca uma prioridade. Ter uma rede de segurança financeira para fazer face a situações que não tem como prever, pode ser um fator decisivo para manter as suas finanças pessoais equilibradas. Para fazer um fundo de emergência deve começar por estabelecer uma meta de poupança. Ou seja, deve definir logo à partida quanto guardar no fundo de emergência. Os especialistas em finanças pessoais aconselham que este pé-de-meia tenha o suficiente para suportar despesas correntes durante seis meses. Assim, se as suas despesas mensais fixas e variáveis totalizam 1000 euros mensais, o seu fundo de emergência deverá ter 6000 euros. Definida a meta, sugerimos que comece por prever, no seu orçamento familiar, uma margem de poupança que pode, por exemplo, corresponder a 10% do seu vencimento (reforços com uma parte do reembolso do IRS ou dos subsídios de férias e de Natal também são aconselháveis). Na sua gestão orçamental pode tornar esta poupança automática e encará-la como a primeira despesa do mês. Para obter esta margem há que fazer um trabalho de bastidores que promova uma gestão mais equilibrada dos seus ganhos e gastos. Cortar despesas desnecessárias, renegociar condições de seguros e de contratos de crédito, ponderar a consolidação de créditos, procurar fornecedores de bens e serviços com preços mais competitivos e viver uma vida mais frugal são alternativas a considerar. Adquirido o hábito de poupança, importa também estar consciente que a canalização das suas poupanças para este fundo de emergência não deve ser ilimitada. Há que chegar à meta, mas, depois disso, há que valorizar o seu esforço de poupança num fundo de oportunidade. Como criar um fundo de emergência? Para criar um fundo de emergência e para o poder gerir de forma mais eficaz, a nossa sugestão é que transfira mensalmente a sua margem de poupança para um produto financeiro com garantia de capital e facilmente mobilizável, como por exemplo uma conta poupança. Lembre-se que o propósito do seu fundo é o de estar imediatamente disponível para uma eventualidade e não propriamente o do lucro. Após ter constituído o seu fundo de emergência, há opções mais atrativas para rentabilizar as suas poupanças, nomeadamente os fundos de investimento ou os seguros financeiros. Qual a importância de fazer um fundo de emergência? No que respeita à gestão das finanças pessoais, a prudência é sempre boa conselheira. Por isso, mantenha-se focado no seu esforço de poupança e em pôr de parte um pé-de-meia para dias mais cinzentos. Alimentar o seu fundo de emergência motivá-lo-á para a poupança, mas também permitir-lhe-á: 1. Estar preparado para contratempos financeiros Ninguém está livre de ter um imprevisto e o fundo de emergência serve precisamente esse propósito: acomodar despesas que não estavam programadas. E em tempos incertos, ter esta almofada financeira para uma qualquer eventualidade tem um caráter ainda mais urgente. Olhe para o seu orçamento mensal e analise as despesas que pode cortar e canalizar para esta reserva financeira. 2. Organizar o seu orçamento familiar Ter as finanças equilibradas significa saber em detalhe para onde vai o seu dinheiro e, para isso, precisa de organizar o seu exercício de gestão orçamental. Alimentar um fundo de emergência obriga-o a acompanhar com regularidade o seu orçamento e a ajustar as necessidades ao esforço de poupança. 3. Criar rotinas de poupança Concretizar um plano de poupança implica a mudança de hábitos e de comportamentos e se estiver verdadeiramente comprometido com a constituição do seu fundo de emergência, acabará por identificar as estratégias necessárias para atingir as suas metas financeiras. Neste processo, aprenderá que todas as decisões de consumo que toma diariamente o aproximam ou afastam dos seus objetivos, e a sua relação com o dinheiro mudará. 4. Evitar o endividamento Organização orçamental e um mindset focado na poupança pode significar o recurso mais ponderado ao crédito. Mas, para além disso, como agora há uma reserva financeira para acomodar despesas inesperadas, evita também os juros elevados dos empréstimos e, consequentemente, o endividamento. 5. Voltar a ter o controlo do seu dinheiro Quando o exercício de gestão orçamental não é eficiente são as contas que o controlam a si e não o contrário. Fazer um orçamento familiar realista e, assim, ter consciência onde pode cortar para poupar é meio caminho andado para voltar a ter o controlo do seu dinheiro. Um fundo de emergência é, assim, um instrumento que contribui não só para a sua organização das suas finanças, mas também para a redefinição de prioridades e de metas financeiras.